Depois de muito discutir meu artigo de ontem e de ler os
comentários do professor, percebi que expressei apenas uma parte das minhas
impressões. Buscando (e espero ser bem sucedido) por em prática a lição do
Prof. Olavo quanto à análise de um debate público, vou tentar expor os pontos
considero serem os elementos substantivos da presente questão:
Sim, a fala do Papa pode ser usada para os fins da Via Campesina da forma como o MST de fato a utilizou. Sim, o didatismo do Papa pode sim ser criticado frente a isso, quanto aos resultados práticos do que fez. Mas é uma questão pastoral, não uma questão doutrinária e sem dúvida não vai entrar no campo do decreto do Papa Pio XII. Por quê?
Sim, a fala do Papa pode ser usada para os fins da Via Campesina da forma como o MST de fato a utilizou. Sim, o didatismo do Papa pode sim ser criticado frente a isso, quanto aos resultados práticos do que fez. Mas é uma questão pastoral, não uma questão doutrinária e sem dúvida não vai entrar no campo do decreto do Papa Pio XII. Por quê?
O Decreto de Pio XII, quando afirma ser
proibido "ajuda-los (os comunistas) de alguma maneira", sem dúvida
não se referia àqueles elementos da Sã Doutrina cuja expressão possa ser apropriada
pela esquerda na forma de "Novilíngua". Por uma questão de senso
comum. E eu diria que é parte integrante da Guerra Cultural que as expressões
típicas da "esquerda católica" sejam restauradas ao uso do
Catolicismo verdadeiro, ainda que à custo de mal-estares iniciais, coisa que
pode e deve ser esclarecida por nós, fiéis (e particularmente eu e minha cara
Graça Salgueiro passamos o dia de ontem nesse esforço).
Como expus no meu artigo de ontem, só não entende a exortação (e a repreensão) implícita na fala do Papa quem desconhecesse a natureza das duas coisas comparadas. Mas ora, se a ignorância gera uma má interpretação doutrinária, então o erro doutrinal está no receptor e não no emissor. E isso vale tanto para os católicos progressistas quanto àqueles conservadores.
Como expus no meu artigo de ontem, só não entende a exortação (e a repreensão) implícita na fala do Papa quem desconhecesse a natureza das duas coisas comparadas. Mas ora, se a ignorância gera uma má interpretação doutrinária, então o erro doutrinal está no receptor e não no emissor. E isso vale tanto para os católicos progressistas quanto àqueles conservadores.
Agora, se vamos discutir uma questão de
estratégia pastoral, também acho de pouquíssima utilidade falar do Papa (e
agora não estou mais me dirigindo ao professor Olavo, especificamente) como se
ele estivesse sujeito a sufrágio daqui à quatro anos. O Papa é o que é. O Papa.
E vai continuar a fazer o que sempre fez. Paciência! Se a estratégia pastoral
do Sucessor de Pedro não está em acordo com a nossa pessoal estratégia
pastoral, advinha quem é que vai ter que se adaptar? Eu reconheço que não é nem
um pouco prazeroso vir à público e esclarecer pela enésima vez que o Papa está
fazendo suas críticas com base na Doutrina Social da Igreja e não na Teologia
da Libertação ou congênere, mas é algo que deve ser feito. A Teologia da
Libertação e a esquerda "católica" já reivindicaram a atenção dos
pobres por tempo demais.
Enfim, espero ter esclarecido pelo menos alguma coisa desse embrólio. E ter contribuído um pouco para trazer o debate à sua questão substantiva.
Enfim, espero ter esclarecido pelo menos alguma coisa desse embrólio. E ter contribuído um pouco para trazer o debate à sua questão substantiva.
Por último uma retratação: usei mesmo, e
de maneira leviana, o termo "histérico" e o Professor Olavo, que
sempre teve como posição advogar pelo uso metódico da terminologia
psiquiátrica, está montado na razão em me repreender. Eu editaria o texto mas
isso seria desonesto, então deixarei uma nota por lá, explicando meu
equívoco.
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